quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

História

A área de Rio Grande já era demonstrada em mapas holandeses décadas antes da colonização portuguesa na região. Pelo que se sabe até agora, o primeiro cartógrafo dos Países Baixos a registrar a Lagoa dos Patos, que na época era considerada o Rio Grande, foi Frederick de Wit, em seu atlas de 1670. Já o primeiro registro cartográfico feito por um neerlandês a mostrar o suposto rio com um formato próximo ao que é conhecido hoje da Lagoa dos Patos foi Nikolaus Visscher, em 1698. Apesar de ele não ter sido o primeiro a mencionar os índios Patos, que habitavam suas margens e boa parte do litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, foi ele quem associou o nome à referida lagoa. Por volta de 1720, açorianos vindos de Laguna chegaram à região de São José do Norte para buscar o gado cimarrón vindo das missões, possibilitando a posterior fundação do Forte Jesus, Maria, José e de Rio Grande, em 1737.[5]
Em
1737, uma expedição militar portuguesa a mando de José da Silva Paes foi enviada com o propósito de garantir a possessão das terras situadas ao sul do atual Brasil. Em 17 de fevereiro de 1737, Silva Paes fundou o presídio de Rio Grande, na desembocadura do rio Rio São Pedro, que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano Atlântico. Este presídio (colônia militar) é o Forte Jesus, Maria, José, que constituiu o núcleo da Colônia de Rio Grande de São Pedro, fundada oficialmente em maio de 1737. A escolha do lugar, com o estabelecimento de estâncias de gado, permitia apoiar as comunicações por terra entre Laguna e Colônia do Sacramento.
Em
1760, Rio Grande, que até então estava sujeita à Capitania de Santa Catarina, passou a ser a capital da nova Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, dependente do Rio de Janeiro.
Em
12 de maio de 1763, o espanhol Pedro de Ceballos (governador de Buenos Aires) invadiu a vila de Rio Grande, conquistando o forte, removendo os portugueses até São José do Norte, na margem oposta a Rio Grande, que também foi ocupada por Ceballos, passando a capital da capitania à população de Viamão, em 1766. Os povoadores portugueses que não fugiram até Porto dos Casais, foram transladados por Ceballos a Maldonado, dando origem ao povoado de São Carlos. Na noite de 6 de julho de 1767, as tropas portuguesas, por ordem do governador da Capitania do Rio Grande do Sul, coronel José Custódio de Sá e Faria, depois de violentos combates, expulsaram os espanhóis de São José do Norte.
A permanência dos espanhóis na vila durou até
1º de abril de 1776, data em que o comandante general portugués de São José do Norte, o alemão Johann Heinrich Bohm, atacou os fortes de Santa Bárbara e Trindade e recuperou a vila com ajuda do sargento maior Rafael Pinto Bandeira.[6]
Pedro de Ceballos foi o primeiro vice-rei do
Vice-reino do Rio da Prata, e ao ser nomeado, recebeu a ordem de deter a expansão portuguesa. Em princípios de 1777, Ceballos e seus homens recuperaram a Ilha de Santa Catarina, sem disparar um só tiro, ja que a esquadra portuguesa abandonou a ilha. Em 21 de abril, chegou a Montevidéu, onde atacou o Forte de Santa Teresa, no atual departamento uruguaio de Rocha e dirigia-se contra a cidade de Rio Grande, quando recebeu notícias de um tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal, que o obrigava a retirar-se da cidade.